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Museu Renovado, Parque Vivo

Cartão postal do Rio, junto à paisagem da Baía de Guanabara, o Museu de Arte Moderna (MAM Rio) viveu dias de esplendor que marcaram a história cultural da cidade e do Brasil. Com o tempo, contudo, situações adversas contribuíram para a má conservação e fizeram com que este ícone da arquitetura mundial perdesse sua relevância no cenário cultural.

Mas isso vai mudar. Com o Rio sendo a capital do G20 em 2024, um projeto de restauração e requalificação do museu e seu entorno promete resgatar a originalidade modernista do espaço e sua relevância nacional e internacional, deixando um legado para uma cidade que olha para a frente.

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A História

Fundado em 1948, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio) destaca-se como uma influente instituição cultural e artística no Brasil. Localizado no Parque do Flamengo, foi projetado pelo arquiteto franco-carioca Affonso Eduardo Reidy, funcionário público que por anos trabalhou para a então Prefeitura do Distrito Federal, antes localizada no Rio de Janeiro.

O museu abriga uma coleção notável com mais de 16 mil obras de arte moderna e contemporânea,e a segunda cinemateca mais antiga em atividade no país – com mais de 7 mil títulos e a maior coleção documental sobre o cinema brasileiro –, que o fizeram desempenhar um papel crucial no desenvolvimento artístico e cultural do Rio de Janeiro.

Reconhecido como um marco da arquitetura moderna global, o conceito por trás do projeto de construção tinha como objetivo criar um “espaço fluente”, preservando a harmonia entre as pessoas e a paisagem circundante.

Situado no Parque do Flamengo, o MAM Rio encontra-se próximo ao Aeroporto Santos Dumont (menos de 850 metros), ao Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial e a uma curta distância do Centro Histórico da cidade. Da sua localização, é possível avistar pontos emblemáticos como o Pão de Açúcar, a igreja histórica do Outeiro da Glória, o Corcovado e a Baía de Guanabara. Trata-se de um portal icônico entre o Centro e a Zona Sul do Rio.

Primeira Trator preparando o terreno para a construção do conjunto arquitetônico do MAM. 1954 Segunda Concretagem da estrutura Terceira Concretagem da estrutura

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Os jardins do MAM Rio foram concebidos por Roberto Burle Marx, pioneiro do paisagismo moderno e multiartista internacionalmente reconhecido, e são um local frequente para o lazer carioca. Circundando o museu, eles harmonizam grandes gramados, linhas geométricas expressivas, espelhos d’água e jardins aquáticos, canteiros de pedras e uma diversidade de espécies. Integrados ao conjunto arquitetônico do MAM, os jardins fazem parte do Parque do Flamengo, reconhecido e tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) por seu valor paisagístico e arquitetônico. Também compõem a Paisagem Carioca, patrimônio imaterial da humanidade reconhecido pela UNESCO.

Ao abrigar uma profusão de espécies, os jardins valorizam a biodiversidade brasileira: são 48 palmeiras-imperiais, a primeira plantada pelo então presidente Juscelino Kubitschek, além de plantas nativas da Caatinga — como as bromélias do Nordeste —, e da Amazônia, como as vitórias-régias. Em uma extensa área de gramados, Burle Marx planejou o contraste entre dois tipos de gramíneas, formando o padrão ondulado que também caracteriza o calçadão de Copacabana , outro projeto emblemático do paisagista.

No dia 8 de julho de 1978, um incêndio que começou na Sala Corpo/Som do museu destruiu mais da metade de todo o acervo, composto por obras de artistas de renome como Lygia Clark, Pablo Picasso, Salvador Dalí, Cândido Portinari e Di Cavalcanti. Parte da história artística brasileira e mundial virou cinzas, numa perda com danos incalculáveis.

Pouca coisa restou, entre elas a estrutura do prédio modernista como conhecemos hoje. À época, jornais apontaram como hipótese provável um curto-circuito causado por instalações elétricas defeituosas. O museu só foi reaberto três anos depois, em 1981.

Alguns anos mais tarde, problemas de ordem estrutural acometeram as edificações do MAM, e a falta de segurança para o acervo levou à suspensão das atividades do espaço. Após uma grande reforma, o MAM conseguiu superar essas dificuldades e reabriu ao público em 1989.

Com um comodato de mais de seis mil obras do acervo pessoal do diplomata e filho de Assis Chateaubriand, Gilberto Chateaubriand, o museu renasceu, apresentando uma coleção que inclui obras de artistas renomados como Tarsila do Amaral, Hélio Oiticica, Maria Martins, Lygia Clark, Auguste Rodin, Candido Portinari e Anita Malfatti. A partir deste recomeço, o museu reconstruiu o seu próprio acervo que conta hoje com mais sete mil obras, incluindo artistas como Djanira, Alberto Giacometti, Constantin Brancusi, Lygia Pape, Tunga e outros e comodato adicional do diplomata Joaquim Paiva de cerca de três mil fotografias.

Como palco de significativos eventos, a cidade do Rio de Janeiro desempenhou um papel de epicentro de acontecimentos globais nos últimos séculos. Um destes grandes eventos se deu no MAM, que sediou, nos dias 28 e 29 de junho de 1999, a primeira cúpula entre América Latina, Caribe e União Europeia. No interior do museu, 15 chefes de Estado e representantes de 48 países estabeleceram uma Parceria Estratégica Birregional que perdura até hoje.

Declínio

Apesar de ter sido palco de importantes eventos diplomáticos no Brasil e abrigar importante acervo e atividades culturais, o MAM luta com sucessivos desequilíbrios entre receitas e despesas durante os últimos 20 anos.

A história do museu ainda se mescla com um processo recente de urbanização, que descaracterizou o projeto e seu conceito de “espaço fluente”.

A orla, uma das mais belas obras de arte naturais do Rio de Janeiro, agora encontra-se escondida por edificações privadas que limitam o uso público de uma importante área verde.

Primeira Club de Regatas Boqueirão do Passeio Segunda Ao lado do Clube Terrasse Rio Terceira Club de Regatas Vasco da Gama (Sede Calabouço)

Atualmente, sete estabelecimentos compartilham espaço na mesma região, com alguns deles em situação de abandono, exibindo marcas de pichações e vandalismo. São eles: Clube Náutico Santa Luzia, Clube Náutico Internacional, Clube Náutico Boqueirão, Posto BR, Club de Regatas Vasco da Gama, Localiza, além de um terreno pertencente à Marinha Brasileira. Esses estabelecimentos vão contra a ideia original de Burle Marx de integrar o projeto paisagístico do museu a paisagem natural, com a Baía de Guanabara e o Pão de Açúcar.

Primeira Jardins do MAM Segunda Pilares de concreto do MAM Terceira Pilares de concreto do MAM

A Solução

O projeto de revitalização do MAM Rio e seu entorno surge pela necessidade de encontrar novas vocações turísticas e culturais para uma das mais icônicas áreas da cidade. Por meio de ações de restauração, urbanização e paisagismo, o MAM Rio e seu entorno voltarão a fazer parte da paisagem carioca e do calendário de eventos do Rio, do Brasil e do mundo.




Criação da Orla Burle Marx

O projeto “Orla Burle Marx” engloba uma série de intervenções que abrangem aproximadamente 100.000 m². Entre as principais melhorias planejadas está a recuperação e restauração dos vários jardins do museu, com a reposição e inserção de espécies perdidas ao longo do tempo, além da remoção de plantas debilitadas e espécies em desacordo com as especificações do projeto original de Roberto Burle Marx e recomendações do IPHAN.

Além disso, o projeto prevê a valorização e preservação das esculturas existentes no entorno, integrando-as ao novo design. Também será dedicado espaço para exposições permanentes e temporárias, proporcionando um ambiente cultural dinâmico.

A Orla Burle Marx conectará o Aeroporto Santos Dumont à Marina da Glória, tendo o MAM como seu ícone. O projeto celebra o encontro entre dois patrimônios da humanidade da UNESCO: a paisagem carioca entre o mar e a montanha e o Sítio Burle Marx, que preserva a obra e memória de um dos maiores gênios do modernismo brasileiro.

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Demolições e boulevard para pedestres

Um dos aspectos-chave do projeto envolve a demolição dos quatro clubes privados, assim como a remoção da Localiza e do Posto BR. Essa área, juntamente com a parcela pertencente à Marinha, será um novo cartão postal da cidade, proporcionando uma paisagem deslumbrante da orla carioca para todos que chegam ao Rio via Aeroporto Santos Dumont.

Para fortalecer a integração das pessoas à cidade, a Rua Jardel Jércolis será transformada em um boulevard exclusivo para pedestres, com a adição de uma ciclovia, que conectará a Orla Burle Marx à Avenida Rio Branco e à Região Portuária. O projeto também inclui obras na Avenida Almirante Silvio de Noronha, que será exclusiva para acesso ao Aeroporto e ao futuro Terminal Náutico. O alargamento da rua Almirante Silvio de Noronha está previsto para facilitar o acesso ao Santos Dumont. Adicionalmente, está planejado um acesso único entre o Aterro do Flamengo, o MAM e o VivoRio.




Reforma do prédio

Também estão previstas obras de revitalização da parte interna do museu e reforma em suas instalações, incluindo revisão e reparos nas instalações elétricas, hidráulicas e de iluminação. Além disso, serviços de limpeza, pintura e uma nova impermeabilização integram o escopo da reforma.




Investimento

Com um investimento estimado em R$ 51 milhões, este projeto representa um passo significativo para transformar a região do MAM e seu entorno. Incluso neste orçamento está o valor para a revitalização do museu (aproximadamente R$ 23 milhões), a demolição dos prédios do entorno e construção do parque (aproximadamente R$ 18 milhões) e o paisagismo do jardim de ​​Burle Marx (aproximadamente R$ 10 milhões). As obras estão previstas para começar em março de 2024, com previsão de término em setembro do mesmo ano.

“Construindo um mundo justo e um planeta sustentável”: o lema do G20, sob a presidência do Brasil, rima com a reconstrução do MAM e a reinvenção de seu entorno. A união em defesa deste símbolo do Rio representa os valores que nos credenciam no mundo: a busca pela sustentabilidade socioambiental, a valorização da biodiversidade, a expressão criativa de nossas artes e o desejo de uma modernidade propriamente brasileira, que não deixa ninguém para trás.

Em novembro de 2024, o mundo virá ao Rio. Líderes serão recebidos em um ícone reinventado aos seus 75 anos. O legado será de todos os cariocas. Mais que um prédio, o MAM é uma obra de arte construída por gerações que celebram a natureza em harmonia com o futuro. Uma instituição cultural viva em um dos maiores parques urbanos do mundo — e sua nova orla que homenageia Burle Marx — representa um legado inestimável do G20 para o Rio.

Crédito das fotos

A história

  • Trator preparando o terreno para a construção do conjunto arquitetônico do MAM. 1954 - Crédito: Autor Desconhecido
  • Concretagem da estrutura - Crédito: Autor Desconhecido
  • Concretagem da estrutura - Crédito: Acervo MAM Rio Jardins do Museu de Arte Moderna - Crédito: UFF Paisagismo
  • Jardins do Museu de Arte Moderna - Crédito: UFF Paisagismo
  • Foto aérea do Museu de Arte Moderna- Crédito: UFF Paisagismo
  • Repercussão Jornal do Brasil. 1978 - Crédito: Jornal do Brasil
  • Equipe dos Bombeiros atuando no combate ao incêndio - Crédito: Jornal O Globo
  • Museu de Arte Moderna Incendiado - Crédito: Autor Desconhecido
  • Gilberto Chateaubriand - Crédito: Acervo MAM Rio
  • Jornal O Globo - Crédito: Jornal O Globo
  • Jornal O Globo - Crédito: Jornal O Globo
  • Primeira cúpula entre América Latina, Caribe e União Europeia - Crédito: Jornal O Globo
  • Primeira cúpula entre América Latina, Caribe e União Europeia - Crédito: Jornal O Globo
  • Primeira cúpula entre América Latina, Caribe e União Europeia - Crédito: Jornal O Globo



Declínio

  • Clube de Regatas Boqueirão do Passeio - Crédito: Marco Antonio Lima
  • Ao lado do Clube Terrasse Rio - Crédito: Marco Antonio Lima
  • Club de Regatas Vasco da Gama (Sede Calabouço) - Crédito: Marco Antonio Lima
  • Jardins do Museu de Arte Moderna - Crédito: Marco Antonio Lima
  • Pilares de concreto do MAM - Crédito: Marco Antonio Lima
  • Pilares de concreto do MAM - Crédito: Marco Antonio Lima
  • Vídeo de Drone - Créditos: Raquel Camargo

A Solução

  • Perspectiva ilustrada da área compreendida entre o Museu de Arte Moderna e o Aeroporto Santos Dumont - Créditos: Pedro Meneghel
  • Perspectiva ilustrada do Museu de Arte Moderna - Créditos: Pedro Meneghel
  • Perspectiva ilustrada do Jardim de Esculturas - Créditos: Pedro Meneghel
  • Perspectiva ilustrada do Parque Burle Marx- Créditos: Pedro Meneghel