O Rio foi a cidade escolhida para sediar a III Conferência Pan-Americana, o mais importante encontro diplomático das Américas e o primeiro realizado na América do Sul. Entre os dias 21 de julho e 27 de agosto daquele ano, representantes de 19 países se reuniram no Palácio Monroe para debater o futuro do continente americano.

Foi a primeira vez na história, que um secretário de Estado dos EUA participou de um evento oficial no exterior. Inaugurado para ser sede da conferência, o então Palácio São Luiz teve o seu nome substituído em homenagem ao presidente norte-americano James Monroe, entusiasta da solidariedade regional. O prédio, construído originalmente para representar o Brasil na Exposição Universal de Saint Louis, ganharia o Prêmio Mundial de Arquitetura em 1904.

Primeira grande mostra realizada no país, a Exposição Nacional Comemorativa do 1.º Centenário da Abertura dos Portos do Brasil foi realizada no bairro da Urca, entre os dias 11 de agosto e 15 de novembro de 1908. O evento contou com mais de 30 edificações, figurando dentre elas pavilhões representativos dos estados brasileiros, além de um cinema, dois teatros, um jardim botânico, uma pista de patinação e o pavilhão de Portugal. A exposição exibiu aos visitantes inúmeras inovações do país nos campos das artes, ciência, comércio, indústria e agricultura.

Durante o evento, inspirado pelo espírito de modernidade, o engenheiro Augusto Ferreira Ramos teve a ideia de construir um dos símbolos do país e da cidade do Rio: o bondinho do Pão de Açúcar.

Primeira grande exposição universal no pós-guerra, a Exposição Internacional Comemorativa do Centenário da Independência trouxe à então capital federal representantes de 14 países e de todos os estados da federação. Como uma verdadeira vitrine do progresso, os expositores exibiam aos visitantes o que havia de mais avançado nas mais variadas áreas do conhecimento — agricultura, indústria e ciências.

Realizada entre 7 de setembro de 1922 e 24 de julho de 1923, a monumental exposição legou à cidade do Rio quatro edifícios históricos: o Pavilhão da Administração e Distrito Federal (hoje sede do Museu da Imagem e do Som), os pavilhões de Estatística (atual Centro Cultural do Ministério da Saúde), o Palácio das Grandes Indústrias (parte do hoje Museu Histórico Nacional) e o Palácio da França, uma réplica do Petit Trianon de Versailles, doado em 1923 à Academia Brasileira de Letras. Cartões-postais do Rio e do país, os hotéis Glória (1922) e Copacabana Palace (1923) foram inicialmente planejados para acomodar os visitantes da Exposição.

Realizada anualmente entre 1928 e 1940, a Feira Internacional de Amostras foi o mais importante fórum de negócios do Brasil. No espírito das grandes feiras e exposições das principais capitais mundiais, o Rio foi a cidade escolhida para receber empresários, sindicatos e representantes internacionais dos mais variados países.

Aberta ao grande público, a Feira combinava exposição de produtos, espaço para negócios e espetáculos artísticos e culturais. Interrompido com advento da Segunda Guerra Mundial, o evento marcou época. Estima-se que mais de 700 empresas e um milhão de pessoas tenham visitado o evento.

Entre os dias 15 e 28 de janeiro de 1942, chanceleres de toda continente americano se reuniram na Conferência do Rio para deliberarem sobre qual seria a posição dos países durante a Segunda Guerra Mundial. Convocada pelos Estados Unidos logo após o ataque japonês a Pearl Harbor, a Terceira Reunião de Consultas de Chanceleres das Repúblicas Americanas produziu mais de 40 resoluções, entre elas a aprovação unânime pela recomendação do imediato rompimento de relações diplomáticas e comerciais com todos os países do Eixo.

Importante ponto de inflexão na história diplomática brasileira, ao final da Conferência o Brasil rompia relações com Alemanha, Itália e Japão. Seis meses mais tarde, após sucessivos ataques de submarinos alemães e italianos a navios brasileiros, o país declarava guerra às potências do Eixo.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial e o início da Guerra Fria, os Estados americanos reuniram-se no Rio entre os meses de agosto e setembro de 1947 para debaterem a criação de um sistema continental de segurança. Assinado no dia 02 de setembro daquele ano, o Pacto ou Tratado do Rio estabeleceu as normas de defesa coletiva que permanecem em funcionamento até hoje.

Oficialmente intitulado Tratado Interamericano de Assistência Recíproca, o TIAR prevê medidas de legítima defesa e ações conjuntas a serem tomadas por todos os países signatários no caso de um ataque a qualquer Estado parte da aliança.

Principal sede da Copa de 1950, a primeira após a Segunda Guerra, a cidade do Rio de Janeiro recebeu 8 jogos, dentre eles 4 da Seleção Brasileira, além da final do campeonato, que aconteceu no Estádio Municipal do Rio de Janeiro, o Maracanã.

Construído em tempo recorde para o sediar o evento, o “maior do mundo” tinha capacidade para 200 mil pessoas, o equivalente a 10% da população carioca em 1950. Dono dos maiores públicos da história do esporte, o estádio transformou-se na casa da seleção brasileira. Foi em seus gramados que Edson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé, marcou o seu milésimo gol.

O Rio de Janeiro foi a capital mundial do catolicismo em 1955. Estima-se que mais de um milhão de fiéis de todos os cantos do planeta estiveram presentes no 36º Congresso Eucarístico Internacional, realizado no mês de julho daquele ano, no Aterro do Flamengo.

Disputado por países em todo o mundo, o encontro motivou a realização de obras que ficariam como legados para a cidade, tais como a ampliação da adutora do rio Guandu e o aterramento de parte do bairro do Flamengo.

Realizada no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, a 22ª Reunião Conjunta do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional trouxe à Cidade Maravilhosa mais de 3 mil integrantes dos 108 países membros. Em terras cariocas, o mais importante evento da economia mundial inovou ao criar os Direitos Especiais de Saque (do inglês, Special Drawing Rights), uma espécie de moeda internacional de reserva ainda hoje em operação.

Maior evento internacional da história realizado até então, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento trouxe ao Rio de Janeiro 108 chefes de Estado e representantes de 178 nações. Reunidos no Riocentro, os países aprovaram acordos internacionais que até hoje norteiam a política ambiental internacional, as chamadas convenções-quadro da ONU: para o clima, para a conservação da biodiversidade, e de combate à desertificação. O evento consagrou a ideia de desenvolvimento sustentável e colocou o tema das mudanças climáticas definitivamente na pauta global.

Entre os dias 28 e 29 de junho, o Rio sediou a primeira reunião de cúpula da América Latina, Caribe e União Europeia. Realizada no Museu de Arte Moderna, 15 chefes de Estado e representantes de 48 países instituíram uma Parceria Estratégica Birregional, em vigor até os dias atuais.

Entre os 69 pontos presentes na declaração final, destacam-se temas tais como comércio e integração regional, democracia e direitos humanos, combate à pobreza e promoção social, mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável.

Ao todo, 42 países, 5.633 atletas e mais de 20 mil voluntários fizeram do XV Jogos Pan-Americanos, o maior da história até então. Duas semanas mais tarde, a cidade sediaria os Jogos Parapan-Americanos, no qual participariam cerca de 1.300 atletas de 26 países do continente. Um terceiro evento marcaria para sempre o ano dourado da Cidade Maravilhosa: após dois anos de eleições, o Cristo Redentor tornava-se uma das Sete Maravilhas do Mundo.

Após 20 anos da Rio-92, representantes de 188 países reuniram-se entre os dias 13 e 22 de junho no Rio de Janeiro para renovar o compromisso político com o desenvolvimento sustentável e a erradicação da pobreza.

Ao todo, 487 ministros e 105 chefes de Estado e governo estiveram presentes na Conferência, cuja declaração final fora adotada por consenso. A Rio +20 obteve êxito em propiciar a integração entre sociedade civil e o processo multilateral. Estima-se que mais de 60 mil pessoas tenham participado em discussões virtuais e presenciais no evento.

Entre os dias 23 e 28 de julho, o Rio voltou a ser a capital mundial da fé católica. Presidida pelo primeiro Papa latino-americano, a XXVIII Jornada Mundial da Juventude foi o primeiro encontro de Francisco com a juventude católica e também o primeiro evento internacional do novo pontífice.

A jornada, cujo fluxo turístico fora o maior da história do Brasil até então, trouxe à cidade milhões de fiéis de todas as partes o mundo. Nas areias de Copacabana, estima-se que 3,7 milhões de peregrinos assistiram presencialmente à missa de encerramento, tornando-se a maior missa.

Uma das sedes da vigésima edição da Copa do Mundo, o Rio de Janeiro recebeu sete jogos do mais importante espetáculo futebolístico do planeta. Realizado entre os dias 12 de junho e 13 de julho de 2014, o evento voltava ao Brasil após seis décadas de espera. O Maracanã, mais uma vez, seria o palco da grande final. Em toda a história, apenas dois estádios sediaram duas finais de Copa do Mundo: o Estádio Azteca, na Cidade do México, e o Maraca, não por acaso conhecido como o Templo do Futebol.

Entre os dias 05 e 21 de agosto, o Rio transformou-se na primeira cidade olímpica da América do Sul. 34 locais de competição, concentrados em quatro áreas - Barra, Copacabana, Deodoro e Maracanã -, receberam 11 mil atletas, 45 comitivas de chefes de Estado e mais de 30 mil jornalistas de todos os cantos. O Boulevard Olímpico, na renovada região portuária do Rio, tornou-se o grande centro de encontros e festejos para as mais de 500 mil pessoas que vieram à cidade no período. Estima-se que as competições tenham atingido cerca de 5 bilhões de telespectadores em todo o mundo. Entre 07 e 18 de setembro, foi a vez do sonho paralímpico: cerca de 4500 atletas de 176 países brilharam em 22 modalidades esportivas.

O Museu do Amanhã foi a casa do Primeiro Fórum de Financiamento de Cidades Sustentáveis do C40, importante rede global composta por cerca de 100 prefeitos das principais cidades do mundo. Entre os dias 05 e 07 de abril de 2016, líderes globais em finanças urbanas se reuniram na cidade do Rio para promover o financiamento da ação climática nas cidades. O evento, iniciativa pioneira a conectar cidades e o setor financeiro, reuniu mais de 130 representantes do governo, organizações não governamentais e instituições financeiras.

O Rio recebeu os chanceleres de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul para a III Reunião de Ministros das Relações Exteriores do BRICS. O encontro teve lugar no histórico Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores do Brasil de 1899 até sua mudança para Brasília, em 1970. Na ocasião, os ministros debateram importantes temas da agenda internacional, tais como a reforma da governança global e a cooperação multilateral entre os países.

Várias iniciativas consolidam a cidade do Rio como referência internacional em inovação e tecnologia, tais como a criação do Porto Maravalley - hub tecnológico localizado na região portuária que reúne startups, investidores, grandes empresas e universidade - e a realização do Web Summit, umas das maiores e mais importantes feiras tecnológicas do mundo.

Realizada no Riocentro entre os dias 01 e 04 de maio de 2023, o evento recebeu mais de 21 mil pessoas e empresas dos mais variados ramos da indústria tecnológica. Na pauta, temas de vanguarda, como inteligência artificial, fintechs e criptoativos. Cidade historicamente vocacionada para a inovação, entre os dias 15 e 18 de abril de 2024, o Rio voltará a ser sede de uma edição do evento.

O Rio será a capital do mundo em 2024. Escolhida como sede para a cúpula do G20, a cidade receberá o grupo composto pelas 19 maiores economias do mundo e pela União Europeia. Responsável por 85% do PIB e mais de 75% do comércio global, os principais chefes de Estado do planeta debaterão em terras cariocas o futuro da governança global e do desenvolvimento sustentável. Estima-se que mais de 100 outros eventos sejam organizados ao longo do ano por grupos de engajamento, startups, think tanks e universidades.