Sem elefantes brancos
Explorando a Arquitetura Nômade nas Olimpíadas do Rio 2016
Produzido pelo Escritório de Dados da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro
Desde o início do projeto para sediar os Jogos Olímpicos Rio 2016, a Prefeitura do Rio teve como objetivo garantir a eficiência de forma simples e econômica, deixando um " legado na infraestrutura, serviços, transporte e educação " para a cidade.
Para alcançar esse objetivo, a preparação para os Jogos foi utilizada para acelerar mudanças há muito esperadas, capazes de melhorar a qualidade de vida dos moradores e tornar a cidade mais integrada e justa.
Por aqui, não houve “Elefantes Brancos”, expressão comumente usada para descrever estádios construídos para grandes eventos que, após o término, acabam se tornando problemas. Estas estruturas acabam se tornando ociosas e virando problemas.
No entanto, no Rio de Janeiro, a história foi diferente. A Prefeitura do Rio inovou ao adotar a chamada arquitetura nômade no projeto olímpico.
Essa escolha arquitetônica gerou impactos positivos ao reutilizar as edificações, garantindo que as estruturas fossem verdadeiramente aproveitadas pela população, além de criar milhares de empregos diretos e indiretos.
Assim como um brinquedo de montar e desmontar, a arquitetura nômade permitiu com que três grandes estruturas feitas para os Jogos pudessem se transformar em legado para a cidade. Localizadas no Parque Olímpico na Barra da Tijuca, estavam a Arena do Futuro, instalação desportiva usada para o handebol nas Olimpíadas e goalball no Jogos Paraolímpicos de 2016; o Estádio Aquático, sede da natação e polo aquático das competições e o Centro Internacional de Transmissão (International Broadcasting Center - IBC), local utilizado pela imprensa para transmissão dos Jogos.
O plano de reaproveitamento das estruturas provisórias, paralisado em 2017 pela gestão anterior, foi retomado novamente em 2021 pela atual administração. Desta forma, a Prefeitura vem conseguindo aproveitar arquibancadas, louças, paredes de drywall, fachadas, coberturas, piscina e pilares, para a criação de novas estruturas para os cariocas.
Alguns dos materiais utilizados na Arena do Futuro também estão sendo destinados a outros dois projetos.
Já a Escola de Samba Lins Imperial, localizada no bairro de Lins de Vasconcelos, recebeu a doação de isolantes acústicos para corrigir problemas de vazamento de som em sua sede.
O Estádio Luso-Brasileiro, que já recebeu as estruturas das arquibancadas e da cobertura. A doação permitirá aumentar a capacidade de público do local, que é de 5.044 para 16 mil espectadores. A retirada, transporte e obra serão custeadas pelo próprio clube.
O Estádio Aquático Olímpico, uma das estruturas pensadas com o conceito de arquitetura nômade para as Olimpíadas Rio 2016, também já começou a ser desmontado para dar início a outros projetos.
A mesma piscina utilizada nas competições será montada no " Parque Oeste". Os frequentadores poderão usar a piscina onde o americano Michael Phelps, um dos maiores atletas da história, nadou nos Jogos. Maior medalhista da história da Olimpíada (23 ouros, três pratas e dois bronzes), o atleta conquistou seis delas nesta mesma piscina que ficará disponível para todos os cariocas.
O parque ficará em um terreno de mais de 234 mil metros quadrados na Avenida Cesário de Melo, em Inhoaíba. O megaparque será sustentável, preservando e oferecendo novas áreas verdes para a cidade, com equipamentos culturais e esportivos. Entre as benfeitorias, estão a Vila Olímpica, Nave do Conhecimento, quadras poliesportivas, espaço ecumênico, pista de skate, ginásio coberto, palco, além de uma escola para cerca de 800 alunos.
Ainda serão construídos quiosques e um espaço destinado a oficinas. O projeto prevê o cultivo de 1.100 árvores e o plantio de jardins em uma área de aproximadamente 34 mil metros quadrados. A área reflorestada será de 61,8 mil metros quadrados.
Outra parte das estruturas da instalação que recebeu as provas de natação dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 foi doada para o "Bangu Atlético Clube ".
O clube da Zona Oeste recebeu materiais que vão permitir fazer a cobertura da arquibancada, da área de transmissão, do estacionamento e das áreas de acesso aos banheiros e vestiários do Estádio Proletário Guilherme da Silveira Filho, o Moça Bonita. O Bangu ainda irá revitalizar as coberturas do estacionamento e das arquibancadas da quadra e o telhado do salão nobre de sua sede social.
E o mais novo terminal de transportes da cidade, o Terminal Intermodal Gentileza (TIG), inaugurado em fevereiro de 2024, também é produto do legado olímpico. Cerca de 700 toneladas de estruturas de aço do Centro Internacional de Transmissão (International Broadcasting Center - IBC) foram utilizadas para a construção do Gentileza.
O IBC recebeu mais de dez mil profissionais de imprensa que trabalharam no prédio onde funcionavam estúdios e eram geradas as imagens das transmissões oficiais dos Jogos.
O Terminal Gentileza foi projetado para ser o ponto de chegada ao Rio do BRT Transbrasil, que tem demanda mínima estimada em 150 mil pessoas transportadas diariamente. No local, os passageiros podem pegar ônibus alimentadores para diversas regiões da cidade, além do VLT — que foi estendido em cerca de 700 metros a partir da Rodoviária Novo Rio — para circular no Centro do Rio e chegar à Central do Brasil, Praça XV e Aeroporto Santos Dumont e Galeão.
Visto pelo mundo, projetado para quem vive aqui. É assim que a Prefeitura do Rio vem executando as obras do legado olímpico na cidade. Os jogos terminaram em 2016 mas a transformação da cidade continua em andamento.